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18 de fev. de 2011

Música de elevador

Sempre preferi o John. Não sei por que, apenas alguma coisa na voz, no olhar. Paul até que era o mais bonitinho e tinha aquele tipo de olho caído que particularmente, gosto, mas...
Ficava no ‘mas’, sem saber porque John sempre tocava mais fundo, mesmo sem compreender direito o que significava tudo aquilo, sem saber das entrelinhas.
Paul até esteve aqui. Não senti vontade de ir vê-lo, embora ache que foi tudo perfeito: som, iluminação, Sir Paul, sempre tão gentleman, impecável. Mas, não deu aquele fogo nas entranhas de vontade de ir. Não, mesmo.
Até que, dias atrás, o próprio John elucidou a questão:

A pretty face may last a year
Or two
But pretty soon they'll see
What you can do
The sound you make is muzak
To my ears
     Ah how do you sleep at night?

Música de elevador. Era isso. Por mais que ele tentasse, não conseguiria passar disso. Porque tem alguma coisa em certos artistas que está incrustado na alma, algo que outros, por mais geniais que sejam, não chegam nem perto. Uma sensibilidade nervosa, caótica, visceral como um soco na boca, um teto, um múltiplo orgasmo.
Só agora, depois de tanto tempo no vácuo, descobri o que muita gente já sabe. Não é desmerecimento, apenas diferença. Paul é um grande cara. Mas, eu prefiro o John.

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