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5 de jul. de 2008

Mors osculi*

À noite, na penumbra do quarto, um espírito vagueia, livrando-se da pobre matéria. Olha ao redor e sente tristeza, mas seus olhos não exprimem nenhuma lágrima humana.
Atravessa paredes, pátios e cercanias, juntando-se às estrelas reluzentes num céu anoitecido. De longe, uma luz aproxima-se com total velocidade. Uma figura de beleza descomunal vai-se observando.
A luz, cada vez mais forte e brilhante, é insuportável ao aterrado espírito. Com uma imensa tranquilidade, aquela beleza infinita, toma seu rosto e beija-o, provocando profundo êxtase e ele, por fim, num último suspiro, morre.

* Latim, "Beijo de morte", na Cabala, morte mística.

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