Recebi tuas mentiras porque eram convenientes, como suaves beijos em feridas abertas, colírio no meu ego fraco e míope Acolhi tuas desculpas com nervos em farrapos como quem agradece (e precisa!) uma ínfima esmola Desarmei meu espírito, derrubei por terra todas as reservas, como quem caminha resoluto ao cadafalso Vi minha cabeça rolar, inerte, com náuseas e fortes dores Esperei alguma coisa verdadeira, algum olhar que me desse âncora, como mulheres fitando um mar vazio de embarcações Morri tantas vezes e me vi surgir outras tantas com o teu chamado, ao longe, audível como o roçar da seda pura Suportei todas aquelas frases feitas, como balões coloridos que se perdem e se esvaziam no espaço Desfaleci e sonhei tanto que se morri, não tenho ao certo, o porto.
'Enquanto isso
ResponderExcluirnavegando eu vou em paz
Sem ter um porto
Quase morto
Sem um cais'