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28 de nov. de 2008

Os homens da minha vida

Desde cedo, aprendi que não posso confiar, que não posso esperar por eles, pois eles não virão. Nem que eu tente o suicídio ou me finja de morta, eles nunca virão. Fugiram quando eu nasci, fugiram antes do meu nascimento, feito um Jonas, engolidos por leviatãs e vomitados em praias distantes e continuarão fugindo, por medo, covardia, egoísmo. Outros, como aquele homem extraordinário de Tchecov, tão distantes, tão práticos, tão narcisos, tão insossos. E ainda aqueles, como na Fábula do Nei Lisboa, deuses de olhos verdes lindos, mais burros do que a porta, mais do que o portão - por onde nunca deveriam ter passado. E outros tantos, sempre tão certos do que querem, tão levianos para alcançarem seus objetivos, tão risonhos em mentirem, tão amáveis em cravarem espinhos. Parecem não ter em seus circuitos, memória emotiva, remorso, consideração. O umbigo é maior que o mundo e tudo gira em torno, para única e exclusivamente, gerar prazer - próprio, diga-se. Tudo é uma questão de disputa, de medalhas e coroas. O poder é sempre a taça que desejam para seu deleite. O resto, é apenas paisagem vista da janela: já foi.

3 comentários:

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