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22 de nov. de 2008

A teia


Queria me livrar da teia da qual, eu sou a viúva negra. Desfazer os nós, um a um e ver onde começa a linha. Perdi faz tempo, a trilha de Ariadne. E nem o Minotauro eu encontro mais. Apenas sombras em paredes de Styx. Minha mão virou um mouse, que só reconhece teclas, sinais e impulsos elétricos. Aos poucos, os fios embalçamando a carne, para depois, devorar com fome de esfinge. Nenhum homem-aranha num raio de 20 mil kilômetros, quiçá nesse século, meu sentido avisa. Nada de super-poderes, resgates de tirar o fôlego, romance em teias gigantes. E nem faunos que me descubram princesa, nem flores de jardim inglês.

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