Os amantes febris e os sábios solitários
Amam de modo igual, na idade da razão,
Os doces e orgulhosos gatos da mansão,
Que como eles têm frio e cismam sedentários.
Amigos da volúpia e devotos da ciência,
Buscam eles o horror da treva e dos mistérios;
Tomara-os Érebo por seus corcéis funéreos,
Se a submissão pudera opor-lhes à insolência.
Sonhando eles assumem a nobre atitude
Da esfinge que no além se funde à infinitude,
Como ao sabor de um sonho que jamais termina;
Os rins em mágicas fagulhas se distendem,
E partículas de ouro, como areia fina,
Suas graves pupilas vagamente acendem.
Baudelaire
Stray Cats - Stray Cat Strut
Amam de modo igual, na idade da razão,
Os doces e orgulhosos gatos da mansão,
Que como eles têm frio e cismam sedentários.
Amigos da volúpia e devotos da ciência,
Buscam eles o horror da treva e dos mistérios;
Tomara-os Érebo por seus corcéis funéreos,
Se a submissão pudera opor-lhes à insolência.
Sonhando eles assumem a nobre atitude
Da esfinge que no além se funde à infinitude,
Como ao sabor de um sonho que jamais termina;
Os rins em mágicas fagulhas se distendem,
E partículas de ouro, como areia fina,
Suas graves pupilas vagamente acendem.
Baudelaire
Stray Cats - Stray Cat Strut
Baudelaire, uhu!
ResponderExcluirBacana esse mix de texto, música e fotografia.
beijos
Falando no cara:
ResponderExcluirA MÚSICA
A música as vezes me arrasta como o mar!
No encalço de um astro,
Sob um teto de bruma ou dissolvido no ar,
iço a vela ao mastro;
O peito para frente e os pulmões enfunados
Tal qual uma tela,
Escalo o dorso aos vagalhões entrelaçados
Que a noite me vela;
Sinto que em mim ecoam todas as paixões
De um navio aflito;
O vento, as tempestades e suas convulsões
No abismo infinito
Me embalam. Ou então mar calmo, espelho austero
De meu desespero!
Baudelaire/As Flores do Mal