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12 de jul. de 2008

Bem-Vindo ao País do Faz-de-Conta!

Eu sou Eros e tu Afrodite, com teu olhar oblíquo e apetite voraz de amor jamais vivido por mortais. Meus beijos te farão ter sensações jamais experimentadas e gozos mais extasiantes que os da mil e uma noites, talvez porque estarei massageando teu órgão maior do prazer: teu cérebro.
E por falar neles, os mortais, seremos agora divinos, mas nem tanto, alguma coisa de iníquo, alguma coisa de anjo. Sou vampiro essa semana, pois na outra, fui um hacker cyberpunk. Tu fostes elfa de tez de cera, de encantamentos e mágicas, que sugou minha energia e prendeu em seu anel.
Mês que vem, estou pensando em castelos na Prússia, desertos no Cazaquistão, geleiras do Himalaia. Posso estar em qualquer lugar e em nenhum deles.
Sistemas binários me protegem. Será?
Essa ânsia de querer ser o que não pode, o que nunca vai ser, o que jamais existiu. Identidades múltiplas, desejos expressos enfim, a cura de si mesmo, ou o seu aniquilamento.
Aquele verme corroendo por dentro e deliciando-se com toda a podridão e loucura. Ficando cada vez mais gordo e polpudo, pronto para explodir a qualquer momento.
Assim, sou o vilão e tu serás o investigador incansável que me seguirás até os confins do Google Earth, no encalço das minhas pistas no Orkut e saboreará cada pegada criptografada.
Terei tantos rostos e imagens e farei tantas coisas maravilhosas que terás dificuldade em saber quantos sou e reuni-los não será tarefa fácil.
Então, desanimada, sairás à caça de outros seres divinos, mas nem tanto, e verás, no final, que somos todos iguais. Só mudamos de número de ID.
(Escrevo isso enquanto disparo flechas contra o céu e observo meu unicórnio alimentar-se da relva verde e rala de um jardim secreto, em algum vértice do paralelo com o meridiano.)

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