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1 de ago. de 2008

Paixão



Por mais que se tenha falado sobre a paixão em todos esses séculos de historia , a paixão é um desses temas inesgotáveis, como a vida e a morte. É o estímulo que todos esperam sentir, uma ou com sorte, algumas vezes na vida. A paixão é o que faz o indivíduo, com olhos brilhando, dizer que se sente vivo! Independente da idade, condição social, crença ou cultura. É como se injetasse nitro-glicerina pura em suas veias e todo seu ser, vê e sente coisas que antes não percebia ou havia já esquecido.
Pintores, poetas, escritores eternizaram suas paixões e tentaram compreender o incompreensível. E mais recentemente, os cientistas dissecaram a paixão e a resumiram num encontro nada romântico entre três substâncias químicas, feniletilamina, dopamina e ocitocina.
Apesar de não descobrirem o “gatilho” que faz disparar a paixão, a partir daí, sabe-se que esses três elementos são os responsáveis por todo aquele alvoroço: mãos suadas, taquicardia e sensação de euforia, como uma droga, pois a falta da pessoa amada causa tanto mal-estar quanto uma abstinência narcótica.
Essa excitação, segundo os cientistas, dura em média 18 à 30 meses, depois o corpo começa a produzir uma defesa natural para se proteger desse turbilhão químico. Ou seja, para se defender, o corpo sabota nosso prazer eufórico e joga um belo balde de água fria, essa é a fase em que se diz “você não era como eu imaginei”. Sim, a paixão é cega e idealizadora, nos apaixonamos pelo que projetamos no outro e de repente, clic!, acendem-se as luzes.
Ao se apaixonar, acionamos nossos cinco sentidos, o principal, sendo a visão, como disse certo neurobiólogo “o amor entra pelos olhos”. Um único beijo, por exemplo, combina os três sentidos, tato, paladar e olfato. E ainda existem os tais ferormônios, aqueles hormônios febris que nos fazem ficar loucos só com o cheiro do outro.
Em meio a esse espasmo vital, o encontro entre duas pessoas vai unir, além de química, duas psiques e é aí que as coisas podem complicar.
Dependendo das personalidades em questão, poderá haver uma história inesquecível ou um pesadelo cármico sem final feliz. Trata-se de “patologia do amor”, em que a obsessão trás muito mais sofrimento que prazer, o “phatos” grego, sentimento amoroso excessivo, descrito num verso de Caio Valerio Catulo, poeta lírico latino:

“Odi et amo. Quare id faciam, fortasse requiris, Nescio, sed fieri sentio et excrucior.”
(“Odeio e amo. Talvez perguntes por que faço isso. Não sei, mas sinto que acontece e me torturo.”)

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